Os negócios em alta para 2021 são reflexo das mudanças profundas que o “novo normal” representa para o mercado.
Hoje, vivemos em um cenário de recessão global e avistamos os primeiros sinais de uma pós-pandemia no horizonte, mas tudo ainda é muito incerto.
Ao mesmo tempo em que empreender parece arriscado nesse momento, a criação de novos negócios será fundamental para impulsionar a recuperação econômica no próximo ano.
Além disso, toda crise tem suas oportunidades, e quem entender primeiro as novas necessidades do consumidor vai sair na frente em 2021.
Os negócios em alta para 2021 são aqueles capazes de se adaptar ao “novo normal” e prosperar em um mundo pós-pandemia.
Mais do que isso, eles serão parte importante da recuperação econômica do Brasil após um baque considerável e uma crise sem precedentes causada pelo coronavírus.
De acordo com a previsão da OCDE publicada no Uol em dezembro de 2020, o PIB do país deve fechar o ano com queda de 6% e avançar 2,6% em 2021.
Ao mesmo tempo, a organização afirma que "pela primeira vez desde o início da pandemia, há esperança em um futuro mais brilhante", graças à expectativa sobre as vacinas no próximo ano.
No campo do empreendedorismo, há razões para acreditar em um 2021 melhor: mesmo durante a quarentena, foram abertos mais de 782 mil negócios no país entre maio e agosto de 2020, segundo dados do Ministério da Economia publicados no Estadão.
O volume é 6% maior do que o do primeiro quadrimestre de 2020, e a principal explicação é a determinação do brasileiro em empreender diante de uma situação de recessão e desemprego.
Logo, se você pensa em abrir um negócio no próximo ano, pode fazer parte dos brasileiros que vão impulsionar a retomada da economia e explorar a nova realidade do mercado.
Negócios em alta para investir
Como era esperado, os negócios em alta para investir em 2021 estão ligados a setores como tecnologia, delivery e vida saudável — um reflexo dos novos hábitos de consumo pós-pandemia. Confira algumas ideias para empreender no novo normal!
# E-commerce de informática
Segundo o relatório Webshoppers nº 42, publicado pela Ebit | Nielsen, o segmento do e-commerce com maior aumento de ticket médio na pandemia foi o de produtos de informática.
As lojas online da categoria tiveram um aumento de 50% no valor médio de compra dos clientes e um crescimento de 101% no faturamento no segundo trimestre de 2020.
Esse tipo de negócio pode ser focado na venda de computadores e notebooks prontos, além de peças e acessórios, ou na montagem de computadores sob encomenda.
As empresas de maior destaque do segmento têm como diferenciais os serviços de montagem, certificados de qualidade, garantias avançadas e produção de conteúdo sobre informática.
# Desenvolvimento de games para celular
Um dos mercados que explodiu durante a pandemia foi o de games, com faturamento recorde de R$ 851 bilhões em 2020, segundo dados da Newzoo publicados no IG.
Só o segmento mobile faturou R$ 402,5 bilhões, graças ao aumento exponencial de downloads de jogos para celular.
Nesse cenário, o desenvolvimento de games para celular se torna um negócio em potencial para o próximo ano.
Os apps podem ser publicados pelo Google Play, App Store e Windows Phone Store — basta se registrar como pessoa física ou jurídica e pagar uma taxa única para publicar e vender o aplicativo.
# Comércio de wearables (Vestíveis)
As vendas de wearables (vestíveis) cresceram 265% no primeiro trimestre de 2020 e alcançou um faturamento de R$ 438 milhões, segundo dados do IDC publicados na Mobile Time.
Entre smartwatches e fitbands (relógios e pulseiras conectados), foram vendidos mais de 318 mil dispositivos vestíveis no país nesse período.
O crescimento do segmento foi puxado especialmente pela Geração Z (jovens nascidos entre 1992 e 2010), que tem se adaptado às pulseiras que registram batimentos cardíacos e velocidade da corrida, óculos com assistentes pessoais e relógios que obedecem comandos.
Logo, vale a pena apostar na venda desses dispositivos para 2021, já que a tendência veio para ficar.
# Clube de assinatura
A economia da recorrência já é uma tendência global, e 2021 promete ser o ano dos negócios que usam o modelo de assinatura.
No Brasil, o mercado de clubes de assinatura cresceu 10% até setembro e deve fechar 2020 com 12% — um avanço impressionante para um cenário de pandemia e crise mundial —, segundo dados da Betalabs publicados na Valor Investe.
Em 2015, existiam apenas 300 empresas no setor, e hoje o número estimado é de quase 4 mil clubes, que movimentaram juntos mais de R$ 1 bilhão em 2019.
Confira quais segmentos se destacaram:
Livros (27%)
Bebidas (18%)
Alimentos (17%)
Cuidados pessoais (12%)
Pet (11%)
Outros (15%).
As possibilidades de clubes de assinatura são inúmeras: vinhos, cervejas, doces, produtos naturais, kits de maquiagem, cosméticos, acessórios para pets, itens para churrasco, cápsulas de café e qualquer produto de consumo frequente que o público possa receber em casa.
Basta encontrar um nicho de mercado que ainda não foi explorado e abrir seu negócio para faturar com pagamentos recorrentes.
# Venda de produtos vegetarianos e veganos
O mercado vegetariano já vinha crescendo e continua sendo uma aposta certeira para 2021.
Segunda a pesquisa mais recente do Ibope sobre hábitos alimentares, publicada em 2018 no G1, 14% da população brasileira já se declara vegetariana (30 milhões de pessoas).
Além disso, 55% dos brasileiros afirmam que consumiriam mais produtos veganos se os ingredientes estivessem indicados na embalagem, enquanto 60% escolheriam a opção vegana se tivesse o mesmo preço do produto que costumam consumir.
Nos EUA, 25% da população entre 25 e 34 anos se declara vegetariana, segundo dados do Euromonitor International publicados na Istoé Dinheiro.
A maior prova do potencial desse mercado é o fato de grandes empresas de proteína animal como Seara, Sadia, Perdigão e redes de fast-food como McDOnald’s e Burger King terem lançado suas linhas vegetarianas e veganas recentemente.
Nos pequenos negócios, crescem os restaurantes vegetarianos, empresas de marmitas sem produtos de origem animal, empresas de cosméticos veganos, fabricantes de produtos plant-based e vários outros segmentos repletos de oportunidades para 2021.
# Venda de cosméticos naturais e artesanais
Na onda da consciência ambiental e busca por produtos sustentáveis, os cosméticos naturais ganham destaque no mercado de beleza.
Segundo um estudo da plataforma Teads publicado em 2020 na Brazil Beauty News, 62% dos brasileiros acreditam que os cosméticos deveriam ser formulados apenas com ingredientes naturais e orgânicos.
Apesar de ser recente no Brasil, o segmento tem grande potencial de crescimento para 2021, pois está em sintonia com as mudanças de hábitos dos consumidores pós-pandemia.
Na opinião de Thiago Pissaia, idealizador da marca curitibana de cosméticos artesanais Nesh, a população está buscando a naturalidade dos produtos que eram vendidos nas décadas de 1940 e 1950, que tinham menos aditivos químicos e não representavam riscos à saúde.
Em entrevista ao DC Mais de 2020, ele afirma que as principais tendências atuais são sabonetes, xampus e condicionadores produzidos com ativos naturais e sem a adição de elementos nocivos ou ingredientes sintéticos em sua composição.
Outra tendência interessante é a dos xampus e condicionadores sólidos, que têm efeito superior ao dos líquidos e dispensam o plástico da embalagem.
# Negócios imobiliários
O mercado imobiliário foi um dos mais resilientes durante a crise do coronavírus, com crescimento de 8,4% na venda de apartamentos, segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) publicados na Gazeta do Povo.
Já os financiamentos imobiliários saltaram 70,1% em setembro, em comparação com o mesmo mês de 2019, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) publicados no mesmo artigo.
Para o presidente da CBIC, José Carlos Martins, a pandemia impulsionou o setor devido à crescente valorização do lar, da casa e da família.
Ele afirma à Gazeta do Povo que o mercado está muito otimista para 2021, quando o fornecimento de insumos deve ser normalizado e os lançamentos devem voltar a crescer.
Logo, esse pode ser o momento certo para o empreendedor que pensa em abrir uma imobiliária.
# Serviço de locação de carros
A locação de carros foi um dos serviços que ganhou força em 2020, já que compartilhar veículos se tornou arriscado devido à pandemia.
Segundo uma pesquisa realizada pela Deloitte e publicada em 2020 na Folha, 56% dos jovens brasileiros (gerações Y e Z) consideram dispensável possuir um automóvel no futuro.
Para atender a esse público na realidade atual, as empresas de locação de veículos se apresentam como solução intermediária entre as concessionárias e aplicativos de compartilhamento.
Logo, a tendência é que esse mercado cresça ainda mais e se torne um dos negócios em alta de 2021.
# Serviços de TI
O mercado de serviços de TI cresceu 4,1% em 2020, mesmo com a queda generalizada no setor de serviços devido à pandemia, segundo dados do IDC Brasil publicados no Jornal do Comércio.
Os segmentos que impulsionaram o mercado foram o de cloud computing e segurança da informação, que tiveram um papel essencial na implementação do home office em empresas durante a quarentena.
Por outro lado, o segmento que perdeu foi o de fornecimento de hardware, por conta da dolarização de seus produtos.
Para 2021, a tendência é que os serviços em nuvem continuem em destaque e que os projetos e consultorias para empresas na área disparem — uma dica importante para quem pretende investir na área.
# Delivery de comida
O Sebrae apontou a tendência do delivery no ramo de alimentação fora do lar já no início da pandemia.
De fato, os principais aplicativos de entrega de comida (Rappi, Ifood e Uber Eats) cresceram 103% de janeiro a junho de 2020, segundo uma pesquisa da Mobills publicada no Terra.
Ao mesmo tempo, as micro e pequenas empresas dedicadas à produção e delivery de marmitas e refeições embarcaram nessa tendência e devem estar entre os negócios em alta para 2021.
De acordo com a consultora Karyna Muniz, do Sebrae-SP, uma microempresa de fornecimento de marmitas bem gerida pode ter margens de lucro acima de 20%.
Em entrevista à Folha de 2020, ela sugere os ramos de refeições individuais, entrega de marmitas para famílias e produção de alimentos para nichos especiais como idosos e pessoas com restrições alimentares.
# Infoprodutos
Os infoprodutos seguem em alta em 2021, com destaque para as videoaulas e cursos online.
No “Guia de Tendências 2020-21 — Sociedade e consumo em tempos de pandemia”, o Sebrae destaca a importância do vídeo como a nova comunicação padrão do pós-pandemia e dá um conselho aos empreendedores criativos:
“Se você tem alguma habilidade (desenhar, cozinhar, falar uma língua, entreter pessoas, etc.), você mesmo pode criar videoaulas para compartilhar com quem estiver interessado. Seu desafio é estruturar o conhecimento, criar o seu negócio e encontrar o seu público (não tenha medo de pensar em nichos de mercado!).”
Com o YouTube e plataformas como Hotmart e Monetizze, fica fácil monetizar o conteúdo e transformar seu hobby em um grande negócio em 2021.
Como elaborar o seu plano de negócios para 2021
Além de mirar nos negócios em alta para 2021, você também precisa de um planejamento meticuloso para ter sucesso no “novo normal”. Veja como elaborar seu plano de negócio do zero:
- Conduza uma pesquisa de mercado para entender as oportunidades e ameaças
- Confirme se a sua ideia de empresa interessa ao público-alvo e oferece soluções para seus problemas
- Veja quem são seus concorrentes e o que estão fazendo
- Estabeleça um diferencial competitivo para se posicionar
- Verifique se há fornecedores para atender suas necessidades
- Colete opiniões para certificar-se de estar no rumo certo
- Projete cenários bons e ruins e esteja preparado para tudo
- Faça pequenos testes para garantir a viabilidade da sua ideia
- Mensure os resultados e promova os ajustes necessários
- Chegue a uma versão final realmente exequível.
Pronto para novos negócios em 2021?
Apresentamos negócios em alta para 2021 que podem liderar a recuperação econômica do país. Mesmo com a expectativa otimista, é importante ter em mente que a incerteza continua dominando o cenário global, e que ainda não temos como prever o desempenho das empresas no próximo ano.
A única certeza é de que os empreendedores brasileiros têm a garra e criatividade necessárias para superar qualquer crise — e que estaremos juntos no próximo ano, no crescimento ou na recessão.
Então, se você sente que está pronto para abrir um negócio, acompanhe as tendências de perto e comece a elaborar seu planejamento o quanto antes.
Afinal, os empreendedores bem-sucedidos do pós-pandemia é que vão ditar o futuro do mercado.
Fonte: Conta Azul
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